Uma decisão essencial da transição da adolescência para a
vida adulta é a escolha da profissão. Escolha esta que deve ser feita com
extremo cuidado.
Mas por
que tanta importância para essa escolha? A resposta certa com certeza não é tão
simples ao ponto de ser justificada pelo fato de que é aquilo que se vai seguir
pelo resto da vida. As pessoas têm necessidade de serem reconhecidas, aceitas e
elogiadas e, principalmente, sentirem-se independentes. Um meio para conseguir
toda essa atenção seria tendo uma vida profissional de sucesso, ser “alguém”.
A
partir disso já se tem a percepção que a vocação profissional faz parte da
formação da identidade. Segundo a psicóloga Denise Combinato “Um projeto
profissional começa na escolha de uma profissão, e o pessoal no cidadão que
queremos ser”. O que nos leva ao ponto de perceber que o adolescente deveria se
questionar sobre o que ele vai fazer da vida e não como ele pode ganhar a vida.
Mas é um fato que essa
decisão não é tão individual como parece ser, os jovens são influenciados pela família,
escola, situação socioeconômica, etc., procuram algo que foram programados a
gostar/ser. É compreensível essa postura, até porque a adolescência é um
momento muito difícil e a escolha profissional está sendo imposta diante desses
jovens cada vez mais cedo, o que implica em escolhas que não satisfaz essa
pessoa, que faz um curso por “obrigação” e não pelo prazer do conhecimento, da
auto realização. Muitos insistem em continuar numa situação de infelicidade,
que poderia facilmente ser resolvida, até porque a troca de profissão é bem
normal. Não existe decreto ou lei que o empeça, não vale a pena ser infeliz,
achar que a vida acabou por uma escolha errada feita num momento delicado.
Pior
quando a influência é a fama e o dinheiro. Conheço um caso de um aluno de
medicina que afirma que esse ramo é muito idolatrado, não é necessário ter
paixão pela profissão para efetua-la com eficácia. Não consigo ver como isso
daria certo, tudo que me vem à mente é um médico-robô. Onde fica a auto realização?
E a preocupação com as emoções do paciente? Talvez seja uma opinião
preconceituosa, não sei, mas acho que gostar da profissão a seguir é MUITO
importante.
Pessoalmente,
tive uma adolescência muito tranquila, sem muitas angustias e sofrimento, e a
escolha da profissão também não foi diferente, na verdade, penso até que foi um
insight. Eu não tinha a menor ideia
do que fazer da minha vida, mudei de opinião umas duas vezes. Um dia,
verificando a caixa de entrada do meu e-mail, vi que uma professora havia me
enviado o link de um teste vocacional, resolvi fazer e me surpreendi com os
resultados, um deles foi psicologia. Pesquisei sobre e acabei simpatizando.
Lembrei que outro professor nos tinha (os alunos) dito que se quiséssemos fazer
um curso e não tivéssemos certeza se era aquilo que gostaríamos de fazer no
futuro, deveríamos cursar, pois éramos jovens e ainda tínhamos tempo para mudar
de opinião, podíamos tentar de novo e de novo até achar a profissão certa.
Pensando nisso prestei vestibular na área e passei. De fato no primeiro período
me senti perdida, mas persisti, agora, no terceiro período vejo que me
encontrei, não podia estar fazendo algo melhor.
E para finalizar esse pequeno post, uma citação para
reflexão: “... É importante saber que não existe uma possibilidade de escolha
ou uma certa, mas a melhor naquele momento e condições.” concordam Denise
Combinato e Emerson Moraes Vieira, gerente de Educação do SEBRAE – SP.
Por: Elienay Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário