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Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára." (Cazuza)
O começo da adolescência é facilmente observável,
por se tratar da mudança fisiológica produzida pela puberdade, mas essas
mudanças só acabam constituindo um problema chamado adolescência na medida em
que o olhar dos adultos não reconhece nelas os sinais da passagem para a idade
adulta.
A adolescência
é uma ideia que é construída sócio-historicamente. É uma fase de transição,
onde quase tudo se transforma, se renova; onde a roupagem da infância deve ser
retirada e uma nova identidade encontrada. Fase de experimentações, dúvidas,
emoções, comportamentos transgressores, diretos e responsabilidades,
conquistas, que marcam uma nova forma de ser e estar no mundo. Onde surge o
momento de estabelecer novos laços fora do ambiente familiar, que compartilham
visões de mundo e os diferenciam dos pais, reafirmando sua singularidade.
Cabe à família a
modulação das atitudes do adolescente que têm um limite entre o saudável e o
patológico, procurando compartilhar esse trajeto com eles, sempre respeitando a
busca por independência, característica dessa fase, uma vez que sentir-se
acompanhado nesse momento de mudanças, pode lhe possibilitar amadurecimento e
desenvolvimento pessoal. Ela é eleita, por Freud, como lugar de uma das mais
difíceis e dolorosas tarefas que se deve empreender, ou seja, o desligamento da
autoridade dos pais. Há pessoas que nunca superam esta autoridade, ou só
o fazem de maneira muito incompleta. Bom é que os pais se mantenham enquanto
referência. A adolescência é o momento de deixar para trás a criança idealizada
pelos pais.
Há quem
classifique a modernidade como um tempo adolescente, cujo modelo de referência
é a adolescência. Na esfera social, Calligaris (2000) diz que estamos vivendo
numa era em que o ideal social passou a ser o da adolescência. Calligaris
(2000, p.68-69) diz que:
A imagem da infância
deleita-nos porque nos consola e contém uma promessa. A imagem da adolescência
feliz propõe-nos um espelho para contemplar a satisfação de nossos ávidos
desejos se, por acaso algum milagre, pudéssemos deixar de lado os
deveres e as obrigações básicas que nos constrangem. A infância é, nesse
sentido, um ideal comparativo. Os adultos podem desejar ser ou vir a ser
felizes, inocentes, despreocupados como crianças. Mas, normalmente, não
gostariam de voltar a ser criança. Como a adolescência toma hoje o lugar da
infância no ideário ocidental, a coisa muda. O adolescente não é só um ideal
comparativo como no caso das crianças. É um ideal possivelmente identificatório.
Os adultos podem querer ser adolescentes.
Sabemos, no
entanto, que a adolescência, é também tempo de conflito e luto. Daí a
importância dos grupos de jovens, os quais acolhem os adolescentes
através do reconhecimento mútuo daquilo que estão vivendo, as tribos
vão oferecer material identificatório. Não restam dúvidas de que a adolescência
é um tempo de crise.
Por: Raí Ramos de Moura.
Por o adolescente estar vivenciando o desligamento dos pais, ele busca os grupos, as tribos, pelos quais se identifica para que ele encontre-se em si e construa a sua identidade, subjetividade.
ResponderExcluirIsso aconteceu comigo recentemente kkkkkk saí de casa para morar ,estudar e trabalhar fora, e minha mãe sempre dizendo que eu deveria tomar responsabilidades coisas de mãe e tal, com um ano mais ou menos , ela pede pra eu voltar pra casa. Não sei qual foi o real motivo , mas a vontade que ela tinha que eu voltasse pra perto dela, era muito bem percebido por qualquer um... kkkkkk Uma hora elas querem distância outrora querem novamente a cria ao seu lado kkkkk muito interessante isso .
ResponderExcluireu também passei por isso recentemente... é muito interessante estudar as fazes que passamos e ver que mudamos tanto em tão pouco tempo.
ExcluirObservação : Cassio Vila , ultimo comentário
ResponderExcluirComo a música mesmo fala “O tempo não pára”, as mudanças e as evoluções são constantes, as coisas vão acontecendo muitas vezes sem que percebamos, é uma corrida conta o tempo, e é de suma importância à presença dos pais da mesma forma que é de suma importância o rompimento na hora certa e de maneira certa!
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