quinta-feira, 29 de maio de 2014

Estamira

“A minha missão é revelar, seja lá quem for, doa a quem doer.”

O filme Estamira conta a história de uma mulher lúcida e consciente, diagnosticada como psicótica, porém ciente e consciente, como ela mesma afirma, de seus problemas e limitações. Afinal, Estamira busca ajuda, apoio psicológico por sua própria conta, em serviços públicos de saúde. Mas se, contudo, não segue à risca o que lhe manda a Doutora, se por sua conta também decide que é melhor parar com “dopantes”, o faz porque talvez já consiga enxergar as limitações de uma prática, de uma técnica-médica que nada pode fazer por ela; e ela afirma: um remédio apenas (o mesmo) é receitado para todos, e como poderia um mesmo remédio para tantos sofrimentos distintos, tratar e curar verdadeiramente? Não, não Estamira! Estamira dá o grito que há muito tem sido calado, dopado, amarrado, exilado, é um grito de dor, de raiva, de nojo, também um grito de dó: “Eu sou Estamira!”. Não Estamira a louca, mas Estamira “carne sanguínea”, mãe, filha, avó, mulher, ser humano que necessita falar e quer ser ouvida.

Desse modo, o que ela precisa não são remédios que dopem, mas sim de uma real assistência, de um acompanhamento, como os que são prestados pelos serviços de atenção psicossocial, através de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), juntamente com a assistência e apoio oferecidos aos seus familiares pelo Estratégia Saúde da Família (ESF), antigo PSF, por exemplo.
O verdadeiro tratamento é aquele que não se limita apenas ao campo psicológico da pessoa a ser tratada, é aquele que transcende a linha comum paciente-médico, louco-hospício.

Por: Mariana Dutra
Para mais informações acerca dos serviços mencionados visite os sites:

Portal da Saúde:


Fonte: Idem
Filmografia: Estamira (2005), Marcos Prado

Nenhum comentário:

Postar um comentário