A
linha descreve um espiral de acordo com a ótica que é dada pela ilusão.
Mas
os sentidos vão na contramão, fugindo à razão.
O
traço guia o círculo,
Mas
talvez você apenas enxergue um ponto.
Projetada
num canto (tão distante…) a luz é formada.
Refletida,
distorcida, impedida…
Vista
de dentro pra fora, impelida.
Amarrada
aos seus pés, pisada.
Num
salto, é libertada.
O
que você vê? Qual é a sua lógica? Onde você está? Onde você se encontra?
Num dado momento do tempo e do espaço o
desafio nos alcança, algo bem maior do quê gostaríamos de imaginar, o desafio
de encarar o outro. O que ele sente, enxerga, fala, ouve... é dele. E qual é o
seu papel diante disso, além de respeitar as fronteiras dos "Eus"? O que eu vou fazer com o "eu" que me foi dado? Eu sou ou eu estou sendo?
Imagem retirada do We Heart It |
Projetado num canto o pensamento é criado,
no real é distorcido, pelo outro é ignorado, amarrado. As algemas da liberdade
agem como um troféu na mente, aquilo que eu não sou diz respeito ao que sou
quando penso, até mesmo antes do pensamento ou ideia tomar forma. Num salto é
libertado, salto alegórico, representante psico-espiritual, determinante para a
nossa liberdade emocional diante do "estar no mundo".
De que ordem é a palavra que nos rodeia e o
olhar que permeia?
A
utilização da linguagem é algo tão antigo quanto o próprio sentimento, e tão múltipla
quanto a capacidade de expressão. Há em cada espaço em branco uma palavra a se
fazer, há entre dois olhares um universo de significações, há entre dois corpos dois seres desejantes. Mas afinal, eu tenho um corpo que me separa do outro ou eu sou o corpo da minha própria separação? Sou carne enrolada em linho, sou alma procurando um destino...
Quantas
palavras cabem em mim?
Quantas
letras existem entre nós?
Quantas
con-soantes separam o “eu” e o “tu”?
Por: Catarina Lacerda (as poesias são de sua própria autoria).
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