sexta-feira, 30 de maio de 2014

Vicente Willen Van Gogh: amor, solidão, arte, loucura e morte


( SelfPortrait / auto retrato )


         Van Gogh tornou-se um ídolo para mim desde o momento que tive acesso as suas obras através de livros, ao conhecer sua história de vida tornei-me ainda mais interessada. Ele foi um grande artista, tinha uma personalidade forte e bastante instável, teve fundamental importância na história da arte com toda a sua singularidade.  Dizem que Van Gogh sofria de transtorno bipolar e em sua homenagem 30 de março (dia de seu aniversario) foi eleito o dia mundial do transtorno bipolar. Podemos a partir disso, ver o quanto o sujeito que vive em sofrimento mental é importante e principalmente o quanto podem contribuir de uma forma esplendida com a sociedade através de seu trabalho, assim como qualquer outro individuo.

       Entre os pós-impressionistas, ele foi o mais resistente, seu modo de pintar, usando cores, não se importando em retratar a realidade, colocando suas emoções e seu modo de ver as coisas na sua arte, influenciou e ainda influencia muitos artistas do século XX. Van Gogh foi um homem brilhante e para mim é um belo exemplo que deve sempre ser usado ao falar de saúde mental. O pintor nos mostra que a dor pode encontrar um caminho bonito, que quando as palavras faltam a arte pode sempre estar presente e principalmente que não podemos deixar que um diagnóstico ou o preconceito da sociedade nos roube a nossa vontade de mostrar ao mundo quem somos e para o que viemos.

‘’O que sou eu aos olhos da maioria das pessoas? Uma não entidade, ou um homem excêntrico e desagradável – alguém que não tem e nunca terá posição na vida, em suma, o menor dos menores. Muito bem, mesmo que isso fosse verdade, devo querer que o meu trabalho mostre o que vai no coração de um homem excêntrico e desse joão-ninguém.” (Fragmento de uma carta de Van Gogh ao seu irmão Theo)  

          Nesse trecho podemos identificar o quanto ele se sentia excluso da sociedade e tinha vontade de mostrar-se diante desta, mostrar o que as pessoas tidas como ‘joão-ninguém’ também tem algo a oferecer. Registros mostram que Van Gogh apenas conseguiu vender um quadro enquanto com vida, mas hoje os seus quadros estão valendo milhões, armazenados em cofres e acervos por todo o mundo.

      "Ame muitas coisas, porque em amar está a verdadeira força. Quem ama muito conquistará muito, e o que for feito com amor estará bem feito’’

      ‘’O amor é eterno - A sua manifestação pode modificar-se, mas nunca a sua essência... Através do amor vemos as coisas com mais tranquilidade, e somente com essa tranquilidade um trabalho pode ser bem sucedido.’’

      As duas frases acima são de autoria do próprio Van Gogh e nas duas ele define seu sentimento em relação ao trabalho, deixando claro que no desempenho de qualquer atividade tem de haver amor e somente com esse amor um trabalho será bem feito, o amor está presente em todas as suas obras e isso o fez tornar-se conhecido. Com isso deixo mais uma reflexão para nós leitores pensarmos a respeito de nossa afetividade ligada ao trabalho.




                                              Um pouco de sua história...

       Filho de um pastor protestante, também neto de um comerciante de arte, ele envolveu-se com o mundo do comércio de artes aos 16 anos, só que após uma demissão ele abandonou o mercado de artes e tentou seguir a profissão de seu pai, começou estudar teologia, mas não foi muito longe, por logo ver que não se identificava com tal profissão. Aos 27 anos começou dedicar sua vida a pintura e logo após conheceu a prostituta Sien, por quem se apaixonou e foi viver na pobreza, o que gerou um relacionamento conflituoso com os seus pais, dizem que este foi um dos principais motivos que contribuíram com o seu rompimento com a realidade; após sua separação de Sien, ele mudou-se de cidade e começou pintar o que seriam suas pinturas mais importantes. Van Gogh tinha uma relação de muita proximidade com o seu irmão, com quem muito se correspondeu através de carta, o que foi fundamental para que pudéssemos hoje saber um pouco de sua história, com 33 anos ele mudou-se para a casa deste irmão e por lá se matriculou numa escola de pintura, onde teve inúmeras experiências durante o período de um ano, mas logo se mudou de novo, desta vez para o sul da França e por lá planejou montar um atelier com os amigos Bernard e Gaugin; mas no mesmo ano a convivência na Casa Amarela acabou após uma briga entre ele e Gaugin, o que deixou Van Gogh muito atordoado e o fez cortar o lóbulo da própria orelha para entregar de presente a uma prostituta amiga de ambos. Um mês depois desse fato ele foi internado em um hospital e passou a ter crises nervosas e em poucos meses foi levado para um sanatório e neste continuou a pintar incessantemente, mas também sofreu bastante pelos períodos que não pôde pintar em razão dos surtos. Ao deixar o sanatório foi morar perto da casa de seu irmão – um mês antes de sua morte – passou a pintar um quadro por dia e em um desses dias pinta ‘Campo de trigos com Corvos’ onde retrata toda a sua solidão e profunda tristeza. Em maio de 1890, mudou-se novamente e, no dia 27 de julho do mesmo ano, deu-se um tiro contra o próprio peito, em plenos 37 anos. Dois dias depois, morreu nos braços de seu irmão, que poucas semanas depois também morreu.


        Fica a pergunta: como um homem com tanto para oferecer ao mundo pôde desistir de sua própria existência? Essa história faz parte de um tempo muito distante de nós, mas ela continua a repetir-se em nosso presente, a profunda tristeza pela qual Van Gogh passou ainda está presente naqueles que tem roubada a sua história por estar em sofrimento, nos que estão presos sem o direito de exercer sua função junto à sociedade, naqueles que não encontram ajuda, nos que sofrem preconceitos de todos os tipos vindos dos que os cercam e escondem suas mentes brilhantes por terem sido considerados incapazes por quem não os entendem; e é por isso que a conscientização é extremamente importante.

         Quanto a Van Gogh, eu aqui deixo um pouco de sua incrível trajetória, a qual na minha opinião muitos deveriam interessar-se em conhece-la e dar-lhe outros sentidos e para quem ainda ficou curioso deixo aqui uma sugestão de leitura o livro ‘’grandes mestres: Van Gogh – Abril coleções’’ e também uma outra sugestão, o filme intitulado ''Van Gogh, vida e obra de um gênio.''



Link do Filme: Van Gogh - Vida e Obra de Um Gênio

 https://www.youtube.com/watch?v=35mkBpAwnAw




Por: Laísse Arruda

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