quinta-feira, 15 de maio de 2014

Por olhares sobre a Luta Antimanicomial...

"Morrendo em vida aos braços da loucura"...
Abraço terno, eterno braço em torno... em torno dessa vida morta.

Como é possível em uma noite, uma única noite, um espetáculo te puxar do centro da tua vida e levar pra uma dimensão tão distante (e ao mesmo tempo tão perto) e extra materialista em torno da loucura? Foi o que aconteceu na noite de quarta-feira, 14 de maio, no teatro João Lyra Filho.

Todo o evento foi organizado pela equipe TruPSI, que é composta por alunos da UNIFAVIP, juntamente com Érik Aquilles, diretor da peça, e contou com a participação e colaboração de professores e profissionais da área de saúde, atuantes no campo de saúde mental.
Em um monólogo de cerca de 40 minutos, adaptado do conto Diário de um louco (1935), de Nikolai Gógol, “onde Akcenti Ivanovich expressa em seu diário os sentimentos conflituosos no trabalho. Funcionário de um departamento público, oprimido pelas classes nobres, angustia-se e manifesta diversas crises, até ser internado em um manicômio.”

A noite também contou com uma exposição de arte e pinturas e um  momento de música com as bandas Los Gonzales e Banda de Rodagem, mas podemos afirmar que o ponto alto do evento (além da peça em si) foi o efeito causado pelo teatro invisível, um efeito um tanto desnorteador e até impactante. No final das encenações houve um momento de debate entre profissionais e alunos  mediado por professores, e um ponto de interrogação lançado aos ares, como um “parasita” fixado em nossas mentes: E afinal de contas, o que é a loucura? Ela é real? Como os profissionais da Psicologia lidam ou deveriam lidar com ela? Atualmente, como está organizado e funcionando o espaço da saúde pública disponível para o campo da saúde mental?

A loucura só existe em cada homem, porque é o homem que a constitui no apego que ele demonstra por si mesmo e através das ilusões com que se alimenta.”  (Michel Foucault, A História da Loucura, p.30,).

Sobre o evento e a peça:

 Sobre o Teatro Invisível:
 
Com a palavra, o diretor da peça, Érik Aquilles e Damaris, que interpretou Akcenti Ivanovich:                                                                                                                                                                                                                                                                                                            


 


                                          


Texto, fotos e filmagem por Catarina Lacerda; fotos e idealização da entrevista por Rayana Borba.

Um comentário:

  1. São eventos como esse que proporcionam a propagação da luta por uma causa tão nobre: A melhoria da Saúde Mental. É uma forma de impactar e ao mesmo tempo conscientizar pessoas formadas e em formação, da necessidade de profissionais qualificados, da assistência a esses sujeitos tão marginalizados pela sociedade.

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