segunda-feira, 26 de maio de 2014

Olhar sobre transformações: Luta Antimanicomial


        
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   Sabemos que para alcançar os resultados que podemos observar hoje no campo da saúde mental, uma trajetória muito grande foi percorrida por várias pessoas e setores que se preocuparam com a maneira como estavam sendo tratadas as pessoas que antes, eram chamadas de loucas.
 Movimentos sociais envolvendo trabalhadores da saúde mental foram necessários para que os primeiros passos pudessem ser dados, mas nos dias atuais algumas manifestações continuam a dar voz à Luta Antimanicomialpara defender o respeito à integridade física, psicológica e social da pessoa em sofrimento mental. Pessoas essas que um dia foram consideradas como o “lixo” da sociedade, maltratadas, expostas a situações de puro constrangimento e desrespeito aos direitos humanos; pessoas que tiveram seus direitos sufocados por uma instituição que tentava a qualquer custo “curar” a “doença” que estava presente nelas e lhes caracterizava a todo momento.
         Felizmente, muitas transformações estão ocorrendo e a população pode participar de eventos que defendem a não existência dos manicômios, uma vez que romper com os laços manicomiais também significa acabar com a imagem de pessoas incapazes de produzir, inválidas, violentas e que não podem estar no convívio social junto a todos nós; significa promover cidadania e lutar pelos direitos da pessoa em sofrimento mental. Não podemos reduzir uma pessoa a um distúrbio, seja ele físico ou mental, não podemos separá-la de deixá-la desprovida de afeto, controlada por altas doses de medicamentos que retiram dela sua humanidade, sua capacidade de sentir, de se expressar mesmo que seja de uma maneira única, pertencente somente a ela.
        A Luta Antimanicomial ainda continua buscando adeptos, tentando conscientizar, lutando contra instituições de controle e contra mentalidades mesquinhas que ainda defendem a cultura do medo e da exclusão; é preciso que o devido apoio a esse movimento seja dado por parte não só dos profissionais e estudantes de áreas mais ligadas à mente, mas de todos os profissionais de saúde, pois Saúde Mental é responsabilidade de muitos, de todos aqueles que de alguma forma se ligam ao campo da saúde, uma vez que não é possível separar a saúde do corpo da saúde da mente. A reforma antimanicomial ainda precisa de melhorias, mas devemos nos conscientizar que ela é um processo contínuo que precisa ser trabalhado em alguns aspectos para poder dar suporte aos mais de vinte e três milhos de brasileiros que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) sofrem por algum tipo de transtorno mental.


Por: Tamires Silva

5 comentários:

  1. Triste saber que mesmo depois de uma reforma no sistema de saúde mental ainda existe pessoas que apoiam a cultura do medo. Aterrador os vários exemplos visto nas aulas. O que nos alegra é justamente essa movimentação contra esses tipos de comportamento.

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  2. Uma luta que nunca deve acabar, porque exteriormente os manicômios foram e ainda estão sendo fechados, mas os hospícios internos continuam e perduram.

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